domingo, 21 de março de 2010

Movimentos Hippies

Anos 60
Movimento Hippie
Para ser um hippie você deve acreditar na paz como a maneira resolver diferenças entre povos, ideologias e religiões. A maneira à paz é com o amor e a tolerância. Amar significa a aceitação de outra enquanto é, dar-lhe a liberdade para expressar-se e não os julgar baseados em aparências. Este é o núcleo da filosofia do hippie.
Assim ser um hippie não é uma matéria do vestido, do comportamento, do status econômico...É uma aproximação filosófica à vida que emfatiza a liberdade, a paz, o amor e um respeito para outro e à terra. A maneira do hippie nunca morreu. . Eu acredito que há um pouco hippie em todos nós.
Começaram a surgir jovens rebeldes delinqüentes, e desajustados, mas tinham um grande potencial criativo, e seus próprios ideais, o rock psicodélico, e as drogas, e as contradições dos antigos valores dados pela sociedade, marcaram esse período " magico".
Desde dos anos 50, começaram a surgir movimentos com esses pensamentos:
Os beatniks


Em pleno pós-guerra começou a penetrar nos jovens um sentimento de insatisfação, mas ainda seguiam os papéis antigos habituados pela sociedade. Foi nos Estados Unidos que os jovens não queriam mais viver ou seguir aquela vida medíocre, e superficial, que viviam, eles queriam liberdade, emoçoes diferentes, sensaçoes novas. Por não conseguirem aceitar aquela sociedade, entram no mundo das drogas, e do álcool, e saiam pela estrada em busca de aventuras, foi ai que surgiu a geraçao "beat", mais tarde batizados de "beatniks". Possuíam sua própria linguagem, suas próprias literaturas, escreviam sem usar muitos as regras de sua língua, usando gírias e criando termos. Nessa época surgiram escritores que até hoje têm grande influencias nos jovens, Allen Ginsberg, autor de "Howl", poema escrito com doses de erotismo e obscenidade que fizeram de Allen um símbolo mundial de depravaçao sexual. e Jack Kerouac que escreveu o livro "Pé na Estrada", considerado a bíblia dos beatniks, onde conta suas aventuras pelas estradas, cruzando a América de costa a costa. Criaram seu reduto na cidade de San Francisco, no bairro de North Beach.

Em


San Francisco


Nos primeiros anos da década de 60, os jovens já tinham uma educaçao liberal, que estimulava a capacidade de expressao, os jovens passaram a ser mais críticos e contestadores. Queriam modificar a sociedade, queriam um mundo de sonhos, beseado só no amor e arte, e na paz. Queriam acabar com todos os sentimentos e atos ruins que cobriam o Planeta Terra, como a pobreza e o racismo, denunciar a poluiçao atmosférica, se libertar da inveja e da cobiça entre outros, tudo isso já estava semeando o movimento Hippie, que eram a forma concreta , que os beatniks queriam pois também estavam insatisfeitos com a sociedade, porém acreditavam em seus "sonhos dourados". Outro movimento surgiu em San Francisco, foi The Family Dog, que foi responsável por um grande acontecimento: a organizaçao do primeiro baile de rock da cidade, realizado em 16 de outubro de 1965, no Longshoreman's Hall, com quatro bandas locais. Essa época mudou a cidade e principalmente o bairro North Beach, reduto dos beatniks, que passou a ser a área um velho gueto negro que os jovens redecoraram com cores psicodélicas, incenso, roupas e jóias orientais, criando uma comunidade por volta da esquina das ruas Haight com Ashbury. Essa comunidade tinha com a principal droga o ácido lisérgico, conhecido como LSD, apesar de haveram centenas de mortes por overdose, o seu uso era defendido porTimothy Leary, entre outros artistas e personalidades.

Os Blues eram as suas musicas, falavam da dor e davam voz rs suas frustraçoes, sugiram essa visão de blues acompanhados de visuais psicodélicos, e muitas filosofias e crenças antigas, ideais de vida comunitária, amor livre, e crenças ancestrais (astrologia, tarô, magia) e com as mais exóticas religioes orientais (budismo, taoísmo), expressa nas figuras de Sao Francisco de Assis e Cristo (começavam a surgir os "Jesus Freaks": jovens que seguiam os ideais de Jesus, aliados r filosofia hippie), praticavam rituais dos primitivos índios americanos e dos africanos, Os Hare Krishna também ganhavam força. Havia uma nova indagaçao para a espiritualidade...
Em 1966 houve o fim da The Family Dog, e agora o novo templo do rock era organizado por por Bill Graham, dono do Filmore Auditorium e por Chet Helms, dono do Salao Avalon


os grupos de rock de San Francisco (que eram pouco mais de meia dúzia) passaram a se multiplicar, chegando, no final de 1966, a aproximadamente 1.500, todos sob a influencia do blues.

1967 conhecido como o ano da Flor os hippies convocaram uma reunião, (Reunião das tribos), mostrando sua força, realizada no Golden Gate Park para o chamado World's First Human Be-In, que teve a presença de cerca de 20 mil jovens cantando e dançando, cobertos de flores, de colares e pulseiras de contas. E já tinham 100 mil hippies foram chamados de flower children ("filhos da flor", como se intitulavam) invadiriam a cidade de San Francisco em junho, para o chamado Verao do Amor. O Hino intitulado daquele ano foi gravada pelo cantor Scott McKenzie. A música, composta por John Phillips (dos Mamas and Papas), quem fosse a San Francisco que nao esquecesse de colocar flores nos cabelos. Os 100 mil jovens não chegaram de uma só vez, mas apareceram lá no decorrer do verão, . Eles exigiam das autoridades casa, comida e assistencia médica. Além disso, a Comissao de Parques liberou algumas áreas em torno de Haight-Ashbury para sacos-de-dormir. Da noite para o dia, a cidade ganhou fama (nacional e internacional) de capital mundial dos hippies, o que acabou atraindo turistas de vários lugares. Com toda a exploração turística já que não era esse fundamento aplicado muitos hippies deixaram Haight-Ashbury e foram viver em comunidades rurais.





16 a 18 de junho de 1967, próximo de San Francisco, acontecia o Monterey Pop Festival, que acabou acolhendo mais de 50 mil, a maioria sem ingresso, e todo o festival ganharam força internacional com sua melhores bandas, ao slogan do festival: "Música, amor e flores". Nesse período o mundo assistiu o nascimento de duas estrelas do rock: Janis Joplin e Jimi Hendrix. Mais dois acontecimentos ainda marcariam aquele período. O primeiro foi o lançamento do disco Sergeant Pepper's, considerado o "divisor de águas" da obra dos Beatles. Depois de todo esse tempo largaram a imagem de adolescentes "sonhadores" e passaram a ser musicos criativos, e toda essa criatividade atribuída ao LSD.

Outro acontecimento envolvendo os Beatles, foi um especial de televisao transmitido para 200 milhoes de pessoas em vários países pelo novo sistema via satélite, onde eles cantaram "All You Need is Love", cuja letra dizia que tudo era possível, desde que existisse amor. Em novembro de 1967, muitos participaram da Marcha ao Pentágono, que foi um dos maiores confrontos entre estudantes e a força militar. O fato anunciava que o ano de 1968 seria essencialmente político. E foi...
A geraçao que acreditou ser capaz de parar uma guerra e mudar o mundo, deixou uma semente que acabaria sendo lançada aos quatro ventos, indo refletir-se nos lugares mais longínquos do globo. Uma nova moral, uma nova ética, novos valores haviam sido cultivados na cabeça das pessoas, graças rqueles jovens dos anos 60. Essa semente está presente ainda hoje dentro de cada um que se permita sonhar e acreditar na realizaçao de seu sonho. Aliás, o sonho nao acabou..

sexta-feira, 12 de março de 2010

Sleaze Rock

Sleaze Rock
Sleaze rock é nada mais do que um revival do glam metal oitentista (bandas como Poison, Cinderella e Mötley Crüe representam o estilo) com influência de bandas punks.
A maioria das bandas de sleaze são suecas (na minha opinião, o novo pólo mundial do rock – as bandas suecas são MUITO boas!), como o Vains of Jenna, o Crashdïet e o Hardcore Superstar, os mais famosos expoentes do gênero no mundo.
Como no movimento oitentista, o visual é bastante importante para as bandas de sleaze: jeans rasgados, calças de couro, bandanas, camisetas pretas, botas e pulseiras, além da maquiagem nos olhos (como você pode ver na foto do Vains of Jenna acima). Mas, como o visual não é tudo, é claro que a música sleaze tem características próprias, como o vocal rasgado, as guitarras distorcidas, a bateria rápida (influência dos punks), além de solos cheios de distorção que abandonam um pouco a influência do blues do hard rock oitentista.
No Brasil, temos representantes do sleaze também: Bastardz (que apesar de uma mudança grande no estilo, continua fazendo ótimas músicas – e abriu o show do Crashdïet no Brasil em 2008), o Pink Dolls (que havia sido cotado para abrir o show do Hardcore Superstar, que não aconteceu) e o Obsexsion (que acabou em 2009).
E, apesar de serem poucas, também temos as garotas Sleaze: o Vision, uma banda inteiramente feminina, que participará do festival sueco Rest In Sleaze (promovido pela mãe de Dave Lepard, ex-vocalista do Crashdïet – morto em 2005) e o Vanity Blvd – que tem somente a vocalista Cindi de garota, e se descreve como Mötley Crüe com uma garota no vocal.

Glam Rock

Glam Rock
O
Glam rock (Estilo criado na Inglaterra também conhecido como glitter rock), era um estilo de música nascido no final dos anos 60 e popularizado no início dos anos 70. Era principalmente um fenômeno inglês que foi difundido em meados de 1971 e 1973. Nos EUA, o Glam rock teve um menor impacto e foi apenas difundido por fãs de música nas cidades de Nova Iorque e Los

Angeles.

O Glam foi marcado pelos trajes e performances com muitos cílios postiços, purpurinas, saltos altos, batons, lantejoulas, paetês e trajes elétricos dos cantores. Eram os tempos da androginia e do glamour e suas músicas agitadas de rock n’ roll esbanjavam energia sexual. A ênfase lírica abordava a "revolução adolescente" (T. Rex - “Children of the Revolution “, Sweet - “Teenage Rampage“) assim como uma ampla notoriedade na direção de temas heterosexuais, sobre a decadência e fama.

Os cantores de Glam freqüentemente vestem-se de forma andrógina, com maquiagem vistosas, trajes extravagantes não diferentes aos que Liberace e Elvis Presley vestiam quando tocavam em cabarés. Um exemplo famoso seria David Bowie durante a fase de Ziggy Stardust e Aladdin Sane. Ambigüidade sexual percebida era em resumo uma moda: algumas bandas começaram a tocar com trajes patentemente ridículos. O Glam Rock se diferencia do Glam Metal, por ter um som menos pesado.

Estilos De Rock

Punk

Surgiu nos EUA como uma resposta à megalomania que o metal e outras vertentes do rock, como o progressivo, imprimiram ao gênero nos anos anteriores. A ordem entre os grupos Como apenas uma guitarra, baixo e bateria, musicas curtas e aceleradas, três acordes nas composições, atitude rebelde e anarquista. Pouco depois, o movimento chegou à Inglaterra, onde surgiram os Sex Pistols. Moicanos e certos desleixos marcavam a produção visual dos punks rockers.





Grunge
Como o punk, o grunge nasceu como uma resposta aos exageros de estilos anteriores. Pense em algo diametralmente oposto a grupos como Twisterd Sisters e é bem capas de vocÊ imaginar o Nirvana(a banda mais influente do gênero) ou Pearl Jan. O vesturario principal era ter uma camisa de flanela, um de seus pais ainda devem ter alguma guardada por ai.




Metal


Com guitarras em destaque, influência de blues e potência sonora amplificada, grupos como Led Zeppelin e Black Sabbath deram origem ao metal nos anos 60. Nos anos 70, uma leva de bandas britânicas como Iron Maiden e Judas Priest aceleraram o estilo: era a Nova Onda do Heavy Metal Britânico. Em comum entre esses grupos, além do peso da música, os cabelos compridos, roupas escuras e integrantes com cara de poucos amigos.



Psicod
élico
Com o gênero popularizado, a Guerra do Vietnã dominando os noticiários e drogas fazendo a cabeça dos músicos, o rock abandonou a caretice, e ganhou cores novas e funções de protesto em canções de artistas como Bob Dylan e Joe Cocker. O marco desta época foi o festival de Woodstock em agosto de 1969. Jumi Hendrix tocou o hino americano, com efeitos de guitarra que simulavam tiros de metralhadora e bombardeio de aviões, o que fez historia.



Super Pop
Tudo começou com uma mistura de country e R&B, que coloriu uma de suas fases psicodélicas, ganhou peso, emagreceu, usou moicano e hoje adota uma franjinha abaixo dos olhos. Vamos conferir os estilos de rock. Divirta-se.



Chuck Berry, Little Richard e companhia foram os primeiros a abrir caminho para o rock and roll nos anos 60. Assim, Elvis com o seu rebolado influenciou os jovens do mundo durante os anos 50 e 60. Rolling Stones, The Who e até Bee Gees surgiram nessa explosão. Com Beatles aconteceu o mesmo, mas em escala ainda maior. Jonh, Paul, George e Ringo se voltaram á Psicodélica e ao experimentalismo logo depois, mas a imagem dos quatro usando terninho e cabelos-tigela tocando "I wanna Hold Your Hand" para platéias histéricas é eterna.




quinta-feira, 11 de março de 2010

"O Rei do Rock"
















































“O Rei do Rock”

Elvis Aaron Presley nasceu em 8 de janeiro de 1935, em Tupelo, Mississipi, em um casebre de dois cômodos. Seu irmão gêmeo, Jesse Garon, morreu ao nascer. Talvez levada pelo sentimento dessa perda, a mãe de Elvis, Gladys, idolatrava o filho.

Desde criança, Elvis interessava-se pela música; aos oito anos ganhou da mãe sua primeira guitarra. Ele ia com seus pais à igreja freqüentemente e adorava música gospel, o que o fez entrar para um coral. Além da música que ouvia na igreja, Elvis tornou-se um ouvinte assíduo de rádios que tocavam blues e r&b(rhythm and blues).

Em 1948, Elvis mudou-se com a família para Memphis, onde seu pai arranjou um emprego de caminhoneiro. Como não se preocupava muito com os estudos, Elvis contentava-se em garantir o mesmo emprego de seu pai, mas continuava a interessar-se por música.

No último ano escolar, o até então tímido Elvis Presley começou a chamar atenção. Ele levava o violão para a escola (chegou a ganhar um concurso de talentos) e adotou um estilo de cabelo diferente, mais comprido, além de usar roupas vistosas e multicoloridas. Foi quando conseguiu um emprego como chofer que percebeu a chance para uma reviravolta na sua vida:

Naquele verão, em seu novo emprego (...) para uma companhia de eletricidade, Elvis estacionou durante a hora do almoço diante do número 706 da Union Avenue, em Memphis. Pagou quatro dólares e saiu com o único exemplar do primeiro disco de Elvis Presley, um acetato de dez polegadas com uma canção em cada lado.” (MUGGIATI, 1985, p.30)

Este primeiro disco que gravou pela Sun Records não impressionou o dono da gravadora, Sam Phillips. Mas quando ele juntou-se ao guitarrista Scotty Moore e ao baixista Bill Black, uma brincadeira de estúdio chamou a atenção de Phillips, que os mandou continuar com a gravação. Essa brincadeira era a música That’s all Right (Mama), do bluesman negro Arthur “Big Boy” Crudup e virou o primeiro sucesso comercial de Elvis Presley. A partir daí iniciaram turnê pelos Estados Unidos.

A gravação de That’s all Righ (Mama) representou a “síntese da música blues e country que deu origem ao chamado ‘rockabilly’ (...) uma criação de Elvis Presley, que combinou o estilo vocal rouco e emocionado e a ênfase no ‘feeling’ rítmico do blues...” (Friedlander, 2002, p. 70) O guitarrista Scotty Moore também contribuiu para esse estilo, ao misturar o estilo country de tocar com a nota sustentada do blues.

O sucesso do rock’n’roll fez com que as grandes gravadoras procurassem novos artistas. A RCA, percebendo o efeito de Elvis nas platéias, pagou à Sun 35 mil dólares pelo último ano de seu contrato. Assim, Elvis Presley caiu nas mãos do “coronel” Tom Parker.

Como aponta Friedlander (2002), Elvis não era o mais talentoso instrumentista ou compositor, mas ele teve “o momento” e “a equipe”, o que fez toda a diferença. A brilhante capacidade de Tom Parker para divulgação e gerenciamento da carreira de Elvis foi essencial para sua transformação em “Rei do Rock”.

Assim, seguiram-se centenas de discos, dezenas de filmes e longas turnês, embalados pela histeria das fãs que não resistiam à sensualidade de Elvis. Em 1956, ele gravou Heartbreak Hotel e I Want You, I Need You, I Love You. As duas músicas conquistaram o primeiro lugar das paradas de sucesso, sendo que no final deste ano, o domínio era literalmente seu. Don’t Be Cruel e Hound Dog formavam um compacto duplo que chegou ao primeiro lugar. Entretanto, gradativamente Elvis ia perdendo sua vida própria, sendo cada vez mais manipulado para fins comerciais.

No final dos anos 50, Elvis alistou-se no exército, quando teve seu cabelo – “um dos símbolos da masculinidade roqueira’ – cortado. “Impulsionado pela imagem de Elvis, ‘o patriota’, sua fama (...) aumentou, inclusive entre os adultos”. (id. p. 73)

Durante o período em que se alistou, Elvis perdeu a mãe, fato que muitos consideram nunca ter sido superado por ele. No início dos anos 60, enquanto o rock’n’roll seguia seu curso, Elvis resolveu gravar “baladas água com açúcar”, como It’s Now ou Never e Are You Lonesome Tonight?. Nesta época, ele não dominava mais as paradas, deixando até mesmo de apresentar-se em público e perdendo a postura de “roqueiro rebelde”.

Em 1968, Elvis volta aos palcos, mas estava exausto. A partir de 1970, seu comportamento autodestrutivo começou a preocupar alguns de seus amigos. Elvis havia engordado bastante (tinha que fazer dietas para apresentar-se em público) e estava usando tantas drogas, que chegou ao ponto de não conseguir levantar da cama em certos dias. O depoimento de um amigo constata que “seu corpo não funcionava mais como o de um ser humano normal. (...) Ele era uma farmácia ambulante”. (id. p. 75)

Essa fase também representou o isolamento de Elvis, que vivia fechado em sua mansão em Graceland. Em 16 de agosto de 1977, seu organismo esgotou-se, e ele morreu no banheiro de sua mansão, com pelo menos dez tipos de drogas circulando pelo seu corpo.

Até o final de sua carreira, Elvis Presley emplacou 107 canções de sucesso, o que representa um recorde – os Beatles ocupam o segundo lugar com a marca de 48 canções. Até hoje considerado por muitos o “Rei do Rock”, a importância de Elvis reside no fato de foi ele quem solidificou o rock como um estilo de música popular. Para a juventude de sua época, foi o representante da rebeldia, sexualidade e vitalidade.










Um Pouco do nosso Bom e velho Rock n roll...

ROCK’N’ROLL – COMO TUDO COMEÇOU

Antes de definir o rock, é preciso considerar o nascimento do blues - resultado da fusão entre a música negra e a européia. Este ritmo se encontra nas raízes musicais dos primeiros artistas de rock e sua denominação decorre da palavra “blue”, que em língua inglesa também significa “triste”, “melancólico”. Assim, essa nova música “doce-amarga” se transformou na principal base para a revolução sonora da década de 50.

No entanto, é preciso enfatizar que, além do grito negro e das notas melancólicas do blues, a dança e, principalmente o som das guitarras elétricas, foram fatores essenciais para a caracterização do rock. Neste ponto é que se encontra uma variação do blues: o rhythm and blues.

O ‘rhythm and blues’ é a vertente negra do Rock. É ali que vamos buscar, quase que exclusivamente (e só digo quase por espírito científico), as origens corpóreas do Rock. Reprimidos pela sociedade ‘wasp (white, anglo-saxon and protestant)’, a mão-de-obra negra, desde os tempos da escravidão, se refugiava na música (os blues) e na dança para dar vazão, pelo corpo, ao protesto que as vias convencionais não permitiam.(CHACON, 1985, p. 24)

Caracterizado como uma versão mais agressiva do blues, o rhythm and blues se formou a partir da necessidade dos cantores em se fazer ouvir nos bares em que tocavam, já que os sons dos instrumentos elétricos exigiam um canto mais gritado (MUGGIATI, 1973). Ainda assim, para a consolidação da primeira forma do rock - o rock’n’roll - houve também a fusão com a música branca, a chamada country and western (música rural dos EUA). Chacon (1985) compara esse gênero ao blues, na medida em que representava o sofrimento dos pequenos camponeses, o lamento.

Os principais atingidos pela revolução sonora do rock’n’roll foram os jovens, inicialmente nos Estados Unidos e depois no mundo todo. Nos primeiros anos da década de 1950, estes jovens se encontravam em meio a disputas entre o capitalismo e o comunismo (a guerra da Coréia em 1950) e a uma valorização do consumismo, da modernização, fruto do progresso científico gerado no pós-guerra.

Nessa época, a tradicional sociedade norte-americana passou a ser contestada pelos jovens, os quais foram rotulados de rebeldes sem causa. Os filmes de Hollywood representavam a alienação jovem; o personagem de James Dean, no filme Juventude Transviada (1955), representava o comportamento adotado pela juventude: recusar o mundo sem no entanto chegar a uma visão crítica da realidade, divididos entre amor/pacifismo e violência/autodestruição. (MUGGIATI, 1973)

No entanto, mais do que o cinema, a música se firmou como o canalizador das idéias contestatórias dos jovens, frente à insatisfação com o sistema cultural, educacional e político. E o rock’n’roll era o ritmo que ditaria esse comportamento.

...a vibração negra, sua voz grave e rouca, sua sexualidade transparente e seu som pesado agora alimentado pela guitarra elétrica, tudo isso parecia bem mais atrativo a milhões de jovens, inicialmente americanos mas logo por todo o mundo, que pareciam procurar seu próprio estilo de vida. (CHACON, 1985, p. 25)

O rock’n’roll, afinal, surgiu na América como um movimento da contracultura, visto que suas primeiras manifestações eram contrárias aos valores até então veiculados: “(...) figuravam convites à dança e ao amor (não necessariamente ao casamento), descrições de carros e de garotas, histórias de colégio e dramas da adolescência...”(MUGGIATI, 1985, p. 19-20)

Em 1954, Bill Haley and his Comets, com a música (We´re Gonna) Rock around the clock, levou os jovens a ingressarem nesse novo ritmo – que no início era apenas um modismo - a partir da expressão contida no título da música, ou seja, dançando sem parar (around the clock). Esta música, que lançou Bill Haley para o sucesso mundial, também fez parte do filme Blackboard Jungle (Sementes de Violência).

A denominação deste novo gênero, que revolucionou a maneira de fazer e ouvir música a partir de 1950, veio de um disc-jockey norte-americano, Alan Freed, que se inspirou em um velho blues: My daddy he rocks me with a steady roll (Meu homem me embala com um balanço legal). Ele foi um personagem importante para os primeiros momentos do rock, já que passou a divulgar ‘festinhas de rock’n’roll após o programa de música clássica que mantinha em uma rádio em Ohio. Tudo começou quando foi convidado por um amigo a visitar uma loja de discos em que viu vários jovens dançando ao som de uma música que até então ele nunca havia parado para ouvir: o rhythm and blues. (MUGGIATI, 1973, p. 36)

O rock é muito mais do que um tipo de música: ele se tornou uma maneira de ser, uma ótica da realidade, uma forma de comportamento. O rock ´é´ e ´se define´ pelo seu público. Que, por não ser uniforme, por variar individual e coletivamente, exige do rock a mesma polimorfia (...)Mais polimorfo ainda porque seu mercado básico, o jovem, é dominado pelo sentimento da busca que dificulta o alcance ao porto da definição ( e da estagnação...) (CHACON, 1985, p. 18-19)

Assim, o ritmo dançante da música de Bill Haley contagiou os jovens e também levou muitos outros artistas a seguirem seus passos. Ele adaptou o ritmo do swing (ritmo dançante) ao som das guitarras elétricas e transformou (We´re Gonna)Rock around the clock no hino oficial do rock’n’roll. Depois de Haley, outros artistas da década de 50, como Chuck Berry, Little Richard, Buddy Holly e Jerry Lee Lewis também marcaram presença na história do rock’n’roll. A música do ex-trombadinha negro, Chuck Berry, foi inclusive inspiração para outros artistas que apareceram no cenário do rock anos mais tarde. Johnny B. Goode, de autoria de Berry, é até hoje ouvida e tocada por muitos amantes do rock em geral.

Um dos artistas mais importantes dos primeiros anos do rock’n’roll foi Elvis Presley. Como explica Chacon (1985), “só um símbolo sexual, devidamente municiado pelos melhores autores e ‘cantando e suando como um negro’ poderia transformar aquele modismo numa verdadeira revolução”. A sensualidade presente na voz rouca e na sua maneira de dançar, que transformaram Elvis numa superestrela do rock, tornou-o um exemplo clássico da influência negra sobre a sociedade branca norte-americana – aspectos para os quais Chacon (1985) chama a atenção. Além disso, sua história também tem pontos em comum com a de outros artistas: vidas atribuladas, envolvimento com drogas, relacionamentos desfeitos e um triste fim. Estes foram também alguns dos ingredientes das vidas de Jerry Lee Lewis, que teve muitos problemas com bebida e se casou várias vezes ou de Buddy Holly, que morreu ainda jovem em um desastre de avião.

O envolvimento com drogas e a vida atribulada dos artistas de rock ficaram marcados como algumas das características do gênero; a vida dos artistas citados acima demonstra que isso começou ainda nos primórdios do rock’n’roll.